Sem limites
- Sonia Rodrigues
- 27 de mar. de 2017
- 1 min de leitura
A pior coisa que se pode fazer num relacionamento amoroso é deixar de colocar limites. A segunda é praticar a cumplicidade.
Em geral, um dos amantes é sem limites e o outro para evitar aborrecimento, com medo de perder o amor (e ter de dividir a casa, o seguro, o carro) se torna cúmplice.
Um é preguiçoso e o outro pro ativo, um é controlador, o outro concessivo, metade é tolerante, a outra metade é paranoica, um gosta de sexo, beijo na boca, contato físico, o tesão do outro tem data de validade (sexo solitário funciona mais?).
Enfim, sempre existirá alguém que é mais fraco e cederá. Em vez de colocar limites. Inclusive porque existe uma conspiração social a favor do consenso, do acordo como prova de amor.
No amor, quando estão em jogo forças destrutivas existe acordo ou submissão?
Dizem que o amor sem limites, incondicional aceita tudo.
Vamos engordar juntos, embarangar juntos, nos tornaremos alcoolatras juntos, pregaremos juntos as mesmas ideias politicas, teremos os mesmos amigos, os mesmos inimigos, discriminaremos as mesmas pessoas.
Eu li o Rei Lear aos dez anos. Muita coisa deve ter sido incompreensível para mim. Uma, no entanto, ficou. Amor é completude necessária. Amor tem limites. O resto é conciliar, submeter, dominar, manipular.
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