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Invenção

  • Foto do escritor: Sonia Rodrigues
    Sonia Rodrigues
  • 6 de abr. de 2021
  • 1 min de leitura

Eu já adorei um amor inventado. Muitas vezes inventei homens e também inventei amigos e amigas. Amigos não carnais porque nunca consegui a sofisticação de chamar gente que se beija na boca de amigo. Como os homens frequentemente fazem e quando estão em bando. E lançando aquele olhar de “já comi, estou comendo ou vou comer”. Conheço algumas mulheres que agem assim também e não vejo nada demais. É um estilo. Mas eu inventava em outra categoria. A das paixonites.

As paixonites platônicas ou não que já tive na vida! Algumas muito ridículas. O que não me incomoda, hoje, em absoluto. Já incomodou, hoje, não mais.

Agora, o que eu gosto mesmo é de inventar trabalho. Qualquer trabalho. Trabalho é onde jogo meu impulso de paixão. Invento, planejo, às vezes, executo. Mesmo que precise chegar à conclusão de que o momento não é o momento.

Às vezes, sou obrigada a concluir que minha invenção só vai funcionar daqui a dez anos. Ou que outras pessoas precisarão executá-la sem a minha participação.

Aceitar isso ficou mais fácil quando parei de inventar amores/amigos. Porque antes eu achava que todas as pessoas que inventava seriam capazes de entender o meu trabalho e participar dele.

Hoje, com raras exceções, só faço confidências às pessoas diretamente envolvidas nos meus sonhos. Partilha, então, menos ainda. Mais sensato, não?

 
 
 

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